domingo, 19 de junho de 2011

Causas da obesidade estão ligadas às bactérias da flora intestinal


Ganhar peso não depende apenas do equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a energia gasta com atividades físicas ou da herança genética. Essa equação pode contemplar pelo menos mais três variáveis, como o tipo de bactéria que a pessoa tem em sua flora intestinal, o grau de exposição a substâncias tóxicas e a quantidade de cálcio que ela ingere, de acordo com pesquisadores brasileiros.
Mário José Abdalla Saad - Endocrinologista e
professor de Clínica Médica da Faculdade
de Ciências Médicas da Unicamp
Foto: Edimilson Montalti
O tema foi discutido no simpósio Causas não clássicas da Obesidade, durante o 15º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica, em São Paulo. Um dos palestrantes, o endocrinologista Mário José Abdalla Saad, professor de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, diz que começou a pesquisar sobre o papel da flora bacteriana intestinal na obesidade há quatro anos e sua primeira pesquisa sobre o assunto foi publicada em 2006 pela revista científica Nature.
"O número de bactérias que habita nosso intestino é 10 vezes maior do que o número de células do nosso próprio organismo. Por isso, achar que elas não têm nenhum papel relevante em doenças é um pouco de inocência", analisa. Segundo ele, bactérias presentes no intestino do obeso são diferentes das observadas no intestino de um indivíduo magro, tanto em ratos quanto em seres humanos.
Agora, os cientistas investigam como essas bactérias interferem na gordura corporal. Uma das possibilidades é a de que alguns tipos de bactérias, mais frequentes no trato intestinal dos obesos, extraiam a energia dos alimentos e a repassem para o organismo do indivíduo, induzindo ao ganho de peso. Enquanto isso, outras bactérias, mais comuns no intestino dos magros, extraem e consomem essa energia, o que favorece a manutenção de um corpo esbelto.
O objetivo das pesquisas é criar um tratamento para a obesidade com base no mecanismo de atuação das bactérias intestinais. "Só é preciso tomar cuidado para não aparecerem 'milagreiros' oferecendo tratamentos com antibióticos ou probióticos que prometam o fim da obesidade", alerta Saad. Ele explica que a "eficiência" das bactérias varia de pessoa para pessoa e que, hoje, os estudos ainda estão sequenciando o DNA desses micro-organismos para entender melhor o processo.
Segundo o endocrinologista Alfredo Halpern, professor da Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), é plausível que o excesso de peso esteja relacionado a fatores que não são usualmente investigados como causas para o problema. Para ele, o crescimento da obesidade está atualmente desproporcional à modificação dos hábitos da população. "Não vale mais essa história de que o obeso é um sem-vergonha que come muito e que não se exercita. Há uma série de outros fatores que contribuem para isso", diz.
Segundo Halpern, o trabalho de Saad traz um campo novo de estudos e uma esperança de tratamentos para o futuro. "Além de sabermos que obesos têm bactérias diferentes das de pessoas magras, algumas experiências mostram que se pegarmos as bactérias de um animal obeso e passarmos para o animal magro, ele tende a engordar", explica.

Postado por: Afrânio Evangelista
Fonte: isaude.net

sábado, 18 de junho de 2011

Exame de sífilis na gravidez pode salvar milhares de bebês, diz estudo

As vidas de centenas de milhares de bebês podem ser salvas anualmente se mulheres grávidas fizerem exames de sífilis, dizem pesquisadores na Grã-Bretanha. Pesquisadores da University College London analisaram 10 estudos prévios, que envolveram um total de 41 mil mulheres, e divulgaram suas conclusões na publicação científica "Lancet Infectious Diseases".
Bactéria Treponema pallidum - agente causador da Sífilis
A sífilis causa a morte de meio milhão de bebês todo ano, número que inclui natimortos e bebês que morreram pouco após o nascimento, a maioria na África subsaariana.
Os pesquisadores dizem que exames e consequentes tratamentos a base de antibióticos seriam uma forma barata e efetiva de diminuir pela metade o número de mortes.
O estudo sugere que a realização de exames acompanhados de tratamento resultou na redução de 58% dos casos de natimortos e em uma redução similar nos casos de mortes nas primeiras semanas de vida. Casos de sífilis congênita também foram reduzidos.

Custo
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível que resulta em ferimentos e coceiras e evolui para danos mais sérios ao coração, cérebro e olhos, podendo causar a morte. Ela pode ser passada de mãe para filho pela placenta através da disseminação do Treponema pallidum, doença conhecida como sífilis congênita.
Sífilis congênita - Fonte: http:// www.infectologiahoy.com.br
Calcula-se que menos de uma em cada oito mulheres faz o teste de sífilis durante a gravidez e mais de dois milhões de mulheres com a doença ficam grávidas anualmente. Em mais de dois terços dos casos, ocorrem sérias complicações.
Outro estudo complementar publicado no Lancet calcula que o custo para a realização de testes para a sífilis é de US$ 1,44 (equivalente a cerca de R$ 2,3).

Os pesquisadores dizem ainda que se todas as mulheres grávidas que testarem positivo receberem uma única dose do antibiótico benzatina antes da 28ª semana de gravidez, não haveria mais mortes de bebês recém-nascidos causa da sífilis.



Postado por: Afrânio F. Evangelista
Fonte: www.g1.com.br


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Estudantes da Unit criam Liga Acadêmica de Biomedicina

No mês de maio foi inaugurada a Liga de Biomedicina e Microbiologia – Labim –, entidade organizada por alunos do 6º período de Biomedicina e auxiliada por professores do curso e por setores da Universidade Tiradentes. O objetivo é proporcionar aos estudantes a oportunidade de intensificar a aquisição de conhecimentos nas atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária, e de promover o intercâmbio com outras ligas ou instituições voltadas à expansão do conhecimento, servindo à comunidade acadêmica de forma ampla.

A primeira palestra teve como tema “A importância do microbiologista comomembro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)”. Foi ministrada pelo biomédico Roberto Vivas da Silveira, coordenador do laboratório Clínico do Hospital do Coração, microbiologista consultor da CCIH do Hospital de Urgências de Sergipe e egresso do curso de Biomedicina da Unit.

O evento contou com a presença de mais de 100 alunos de diversos cursos da área da saúde. Roberto Vivas esclareceu importantes dúvidas 

acerca da atuação dos biomédicos na microbiologia clínica de hospitais. “No próximo semestre, a diretoria da liga promoverá outros eventos ligados à Biomedicina e Microbiologia e abrirá inscrições para os alunos se filiarem e participarem ativamente das atividades da Labim”, ressaltou o professor Malone Santos Pinheiro, coordenador-adjunto do curso de Biomedicina.