sexta-feira, 8 de julho de 2011

Infecção por Helicobacter pylori oferece proteção eficaz contra asma

A Infecção com a bactéria gástrica Helicobacter pylori oferece proteção eficaz contra a asma. É o que sugerem pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça. Os resultados do estudo confirmam a hipótese apresentada recentemente de que o aumento de doenças alérgicas nas sociedades industriais estão ligado ao rápido desaparecimento de determinados microrganismos que habitam o corpo humano.
A rápida ascensção na doença alérgica das vias aéreas no mundo industrializado é atribuída à poluição do ar, ao fumo, à higiene e ao uso difundido de antibióticos. A hipótese da higiene afirma que medidas de higiene modernas levaram a uma falta de exposição a agentes infecciosos, o que é importante para a maturação normal do sistema imunológico.
Os dados de estudo, realizado com animais, revela que o aumento da asma pode ser atribuído ao desaparecimento específico da bactéria Helicobacter pylori gástrica (H. pylori) das sociedades ocidentais.
A H. pylori é resistente ao ácido gástrico. De acordo com estimativas, cerca de metade da população do mundo pode estar infectada com a bactéria. Ela muitas vezes não causa sintomas, mas sob certas condições pode causar gastrite, úlceras gástricas e câncer de estômago. Em razão disso, a H. pylori é frequentemente morta com antibióticos como precaução, mesmo que o paciente não tenha qualquer queixa.

Proteção na infância 

Para o estudo, os pesquisadores infectaram camundongos com a bactéria H. pylori. Aqueles que foram infectados com apenas alguns dias de idade desenvolveram tolerância imunológica à bactéria e reagiram de forma eficaz contra alérgenos indutores da asma. Camundongos que não foram infectados com H. pylori até que atingissem a idade adulta, no entanto, tinham uma defesa muito mais fraca. "A infecão precoce prejudica a maturação das células dendríticas e desencadeia o acúmulo de células T regulatórias que são cruciais para a supressão da asma", explicou a pesquisadora Anne Muller.
Quando as células T regulatórias foram transferidas de camundongos infectados para camundongos não infectados, esses últimos também passaram a experimentar proteção eficaz contra a asma. No entanto, os camundongos que tinham sido infectados no início também perderam a resistência à asma quando a H. pylori foi morta com a ajuda de antibióticos após a fase de sensibilização.
De acordo com o especialista em alergia Christian Taube, os novos resultados confirmam a hipótese de que o aumento da asma alérgica em nações industriais está ligado ao uso generalizado de antibióticos e ao desaparecimento subsequente de microrganismos que povoam permanentemente o corpo humano. "O estudo destes mecanismos fundamentais é de extrema importância para nós entendermos a asma e sermos capazes de desenvolver estratégias preventivas e terapêuticas no futuro", afirmou.





Postado por: Afrãnio Evangelista
Fonte: isaude.net

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