quinta-feira, 14 de julho de 2011

Parasita da malária usa camuflagem para enganar defesa imune de grávidas

Pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, descobriram que parasitas da malária usam um truque de camuflagem para se esconder das defesas imunes de mulheres grávidas, permitindo que o parasita ataque a placenta. A descoberta é uma parte importante dos esforços de pesquisadores para entender esta doença frequentemente fatal e desenvolver uma vacina. Uma em cada 12 pessoas está infectada com malária. Isso significa que 500 milhões de pessoas são portadores do parasita, que mata 1 milhão por ano em todo o mundo.
"Nós encontramos uma explicação provável para a duração do tempo que leva para as defesas imunológicas da gestante descobrir a infecção na placenta", afirmou a pesquisadora Lea Barfod. O estudo mostrou que os parasitas são capazes de assumir uma camuflagem que impede o reconhecimento pelos anticorpos. Assim, embora o sistema imunológico tenha todas as armas para combater a infecção da placenta, essas armas são ineficazes simplesmente porque o inimigo é difícil de ser detectado.
Ele começa se escondendo nas células vermelhas do sangue. O sistema imunológico não se incomoda com isso já que o baço normalmente filtra células do sangue defeituosas. Para evitar esse filtro, o parasita ejeta um gancho de proteína que se liga à parede interna do vaso sanguíneo, e mesmo se os anticorpos do sistema imunológico destroem um gancho, o parasita tem mais de sessenta em seu arsenal. Um deles evoluiu especialmente para se anexar à placenta.
Enquanto a guerra está sendo travada, o parasita infecta as células e se propaga mais e mais nas células vermelhas, que são normalmente utilizadas para o transporte de nutrientes e oxigênio ao redor do corpo.
"Em uma versão avançada de ' esconde-esconde' os parasitas continuam procurando novas maneiras de prevenir que os anticorpos os reconheçam. Um exemplo é a habilidade dos parasitas para se esconderem na placenta. A primeira vez que uma mulher concebe a placenta, ela proporciona uma nova oportunidade para o parasita se esconder: uma casa nova, por assim dizer, e de uma forma que impede a descoberta pelo sistema imunológico. Leva tempo para que as defesas imunes reajam à nova ameaça, e, assim, o parasita camuflado prejudica a mulher e seu feto", explicou o pesquisador Lars Hviid.
Os cientistas agora vão estudar se o parasita da malária também usa sua camuflagem em outras etapas de uma infecção. "O corpo leva um tempo surpreendentemente longo para desenvolver proteção contra a malária, e talvez o truque que acabamos de descobrir seja parte da explicação. É importante para nós descobrirmos se este é o caso, a fim de nos ajudar a entender a malária, em geral, mas também para nos ajudar em nossos esforços para desenvolver uma vacina", concluiu Hviid.


Postado por: Afrânio Evangelista
Fonte: isaude.net

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