
"Nós encontramos uma explicação provável para a duração do tempo que leva para as defesas imunológicas da gestante descobrir a infecção na placenta", afirmou a pesquisadora Lea Barfod. O estudo mostrou que os parasitas são capazes de assumir uma camuflagem que impede o reconhecimento pelos anticorpos. Assim, embora o sistema imunológico tenha todas as armas para combater a infecção da placenta, essas armas são ineficazes simplesmente porque o inimigo é difícil de ser detectado.
Ele começa se escondendo nas células vermelhas do sangue. O sistema imunológico não se incomoda com isso já que o baço normalmente filtra células do sangue defeituosas. Para evitar esse filtro, o parasita ejeta um gancho de proteína que se liga à parede interna do vaso sanguíneo, e mesmo se os anticorpos do sistema imunológico destroem um gancho, o parasita tem mais de sessenta em seu arsenal. Um deles evoluiu especialmente para se anexar à placenta.
Enquanto a guerra está sendo travada, o parasita infecta as células e se propaga mais e mais nas células vermelhas, que são normalmente utilizadas para o transporte de nutrientes e oxigênio ao redor do corpo.
"Em uma versão avançada de ' esconde-esconde' os parasitas continuam procurando novas maneiras de prevenir que os anticorpos os reconheçam. Um exemplo é a habilidade dos parasitas para se esconderem na placenta. A primeira vez que uma mulher concebe a placenta, ela proporciona uma nova oportunidade para o parasita se esconder: uma casa nova, por assim dizer, e de uma forma que impede a descoberta pelo sistema imunológico. Leva tempo para que as defesas imunes reajam à nova ameaça, e, assim, o parasita camuflado prejudica a mulher e seu feto", explicou o pesquisador Lars Hviid.
Os cientistas agora vão estudar se o parasita da malária também usa sua camuflagem em outras etapas de uma infecção. "O corpo leva um tempo surpreendentemente longo para desenvolver proteção contra a malária, e talvez o truque que acabamos de descobrir seja parte da explicação. É importante para nós descobrirmos se este é o caso, a fim de nos ajudar a entender a malária, em geral, mas também para nos ajudar em nossos esforços para desenvolver uma vacina", concluiu Hviid.
Postado por: Afrânio Evangelista
Fonte: isaude.net
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